Este Portefólio Reflexivo do Formador, desenvolvido no curso Formador de Formadores, reflito sobre a minha jornada pessoal e profissional, desde os primeiros passos até a consolidação como formador de formadores. Ao longo deste documento, partilho as minhas vivências, desafios e aprendizagens que me moldaram como profissional na área da formação, assim como as competências adquiridas e as metodologias aplicadas.
Inicio com o relato os primeiros anos de vida e as aventuras da infância e adolescência, até ao momento em que decidi tornar-me formador, e reflito como essas vivencias foram criando competências para ser formador. Faço uma reflexão sobre a minha trajetória antes de ingressar na área da formação, o portefólio explora as experiências que me guiaram até ao mundo da educação.
Nos capítulos que se seguem, abordo o meu desenvolvimento enquanto formador, superando crises e aproveitando oportunidades para aprofundar o conhecimento. Desta forma, trago à luz a importância da aprendizagem contínua, quer através da autoaprendizagem, quer por meio de formações como o curso de e-formador, o mestrado, a pós-graduação e outras qualificações relevantes.
Além disso, este documento também reflete sobre a minha experiência em diversas instituições, desde o Cencal até à Câmara Municipal da Lourinhã, e o impacto dessas experiências na minha evolução como formador. A análise das minhas práticas profissionais, competências e a integração em comunidades de práticas reforça a minha perspetiva de formador reflexivo, comprometido com a inovação e a excelência no ensino.
Por fim, o portefólio oferece uma visão prospetiva sobre o meu percurso como formador de formadores, destacando as competências adquiridas e aplicadas em áreas-chave, como a exploração de recursos didáticos e multimédia, a gestão da diversidade em contextos formativos e a utilização de plataformas colaborativas de aprendizagem.
2.1. Antes do Início
Neste capítulo relato a fase anterior a iniciar a minha atividade como formador. O objetivo é refletir como as circunstâncias, e alguns acontecimentos marcantes, moldaram a minha personalidade. Certamente, o meu passado influenciou o desenvolvimento de algumas competências pessoais e sociais que são importantes no contexto profissional em geral, e como formador em particular. Provavelmente também atrofiou outras.
2.1. Contrariando as Expectativas: Do Nascimento ao Primeiro Trabalho.
2.1.1. Estava com Pressa: O Nascimento
Acredito que “tempos difíceis fazem pessoas fortes”. Se assim for, está encontrado o responsável por alguma da minha força.
Nasci com 28 semanas, mais ou menos seis meses e meio. Com 900 gramas só a incubadora me poderia salvar. Não me enganei, foram mesmo 900 gramas. Um mês e meio depois, ia para casa e para o meu primeiro berço: uma caixa de sapatos. Não sei porque nasci tão cedo, talvez uma gravidez difícil, ou talvez a vida muito dura que a minha mãe teve, mesmo durante a gravidez.
O cenário não era animador. Contexto familiar muito pobre e os médicos a avisar que eu iria ter grandes problemas de saúde relacionados com intestinos e pulmões. Primeiras expectativas contrariadas: nunca tive qualquer problema de saúde relacionado por ter sido prematuro.
2.1.2. Os Riscos e a Aventuras: a Infância e Adolescência
Como praticamente todas as crianças, especialmente rapazes, o risco fazia parte do dia a dia. Os pais iam trabalhar e nós íamos à aventura. Provavelmente, hoje seriam casos para a CPCJ, mas nos anos 80 e 90 ficávamos entregues a nós próprios. Passávamos horas a jogar futebol na estrada, no largo e no campo. As balizas eram os portões dos vizinhos, que corriam atrás de nós para nos cortar a única bola de várias aldeias. Mas se um de nós se magoasse vinham logo ajudar. Inesquecível.
Corridas de bicicleta na estrada, seguir o rei, andar em cima de muros ou telhados, tomar banho nos charcos enlameados, fazer casas de árvore, construir balizas e tantas outras brincadeiras. Às vezes eram índios e cowboys, outras atores de cinema dos filmes de ação.
Outras vezes íamos com os nossos pais, na carrinha de caixa aberta, logo de madrugada. Eles iam trabalhar, e nós íamos caçar borboletas ou pássaros, pêssegos ou água. Também andávamos atrás do trator ou fazíamos um abrigo com troncos e folhas. Às cinco da tarde estávamos no sítio combinado para irmos embora. Nunca falhava mesmo sem relógios (os telemóveis ainda não tinham sido inventados). Notável.
Os lanches eram muito bem planeados: era a fruta das árvores por onde passávamos e a água era bebida do regato que vinha da nascente. Em princípio não faria mal. Sublime.
Eramos felizes e não sabíamos!
Mas nem tudo era tão romântico e nem tudo corria sempre bem. Todos tivemos “acidentes de percurso”. Fui contemplado com uma pedrada na cabeça, bati com a parte baixo do olho num degrau, caí de uma árvore, andei às cambalhotas com a bicicleta, muitas caneladas, e muitas outras que agora não me lembro. As mais graves foram um atropelamento e cair do sótão de cabeça quando tinha cinco anos.
Esta última fez com que eu ficasse em coma e ganhasse um “galo” maior que a minha cabeça. O risco de ganhar cancro na cabeça era elevadíssimo, por isso de três em três meses fazia exames me Lisboa. Para uma família muito pobre, foi muito difícil conseguir assegurar essas viagens e acompanhamento. Obrigado!
O primeiro ano de escola foi extremamente doloroso. Tinha sempre dores de cabeça e não me conseguia concentrar, claro. Por volta dos 10 anos passei a fazer exames de seis em seis meses, o risco de ganhar cancro na cabeça estava a diminuir com o passar do tempo.
Aos 12 anos deixei de fazer exames. Segundas expectativas contrariadas: Não tive cancro.
Mas, também aos 12 anos tive o primeiro ataque de epilepsia. Estava a ver televisão na casa de um amigo e o cenário não foi bonito. Nos próximos meses tive mais três ataques. Em todos acordei no hospital cheio de hematomas e com a boca toda ferida. O médico de família, e especialista em neurologia disse “Nunca vais ter uma carta de condução, só podes ver televisão a mais de quatro metros de distância e não vais poder ir à praia ou piscina porque te podes afogar se tiveres um ataque”. Humildemente disse “Não! Isso não vai ser assim!”.
E não foi. A minha mãe procurou pelo melhor médico de neurologia e encontrou. Foi caro e os meus pais tiveram de pedir dinheiro emprestado. Mas desde a primeira consulta até hoje não tive mais ataques. Foram precisos muitos exames e muitos medicamentos. Tantos que havia o sério risco de ganhar anemia. Mas aos 18 anos consegui a declaração médica para tirar a carta de condução e fui dado como curado.
Terceiras expectativas contrariadas: Fiquei curado da epilepsia. Tirei a carta de condução, vou à praia e piscina, e trabalho a 40 centímetros de um ecrã todos os dias.
Acredito que nem tudo é mau. Acho que todas estas ocorrências moldaram a minha personalidade, passei a desvalorizar coisas pouco importantes e adquiri competências pessoais e sociais muito importantes. Tudo tem um propósito, mas só mais tarde se percebe qual.
Estes episódios, riscos e aventuras contribuíram para o desenvolvimento de competências e habilidades muito importantes na vida adulta. No âmbito desta reflexão, destaco as que considero importantes para a minha prática como formador, e como formador de formadores: Resolução de problemas (muitas vezes com muito improviso), autoconfiança, tomada de decisão, autonomia, resiliência, controlo das emoções, criatividade, socialização, cooperação, trabalho de equipa, consciência dos limites, e desvalorização de factos pouco importantes.
Quando terminei o 12.º ano de escolaridade queria muito continuar a estudar, mas duas circunstâncias bloquearam esse desejo: Os meus pais eram muito pobres e eu não fui bem informado sobre as bolsas de estudo; por outro lado, o médico que me curou da epilepsia avisou que seria muito arriscado trabalhar e estudar ao mesmo tempo que deixava os medicamentos.
Restava-me ir trabalhar na área que eu mais gostava: Química. É verdade, quem me conhece há menos tempo não imagina que eu queria tirar engenharia química e que trabalhei num laboratório de análise de areias especiais. Durante um ano e meio fiz aquilo que naquele momento gostava de fazer.
Só havia um “pequeno” problema… é que o ordenado era verdadeiramente pequeno. Então decidi não renovar contrato, e ir para as obras também durante a semana. Sim, porque eu já andava nas obras aos fins de semana e feriados há vários anos. Quando estudava ou trabalhava no laboratório, enquanto não ia para as obras, fazia trabalhos agrícolas ou trabalhava numa oficina de automóveis.
Durante dois anos trabalhei nas obras e aos fins de semana trabalhava numa roulotte a vender hambúrgueres, cachorros e bifanas. Iniciar a semana nas obras, depois de dois dias a trabalhar durante toda a noite e madrugada, era extremamente árduo. Não sei como consegui. Foi preciso ter muita força de vontade, resiliência e capacidade de trabalho.
Talvez devido à minha experiência e grande aprendizagem nas obras, ou provavelmente por causa das minhas competências pessoais e sociais, aos 23 anos iniciei uma nova fase: técnico de vendas numa empresa de materiais de construção. Foram oito anos muito duros, com muito trabalho e com pouco reconhecimento pelo esforço que fazia. Hoje, onde eu estive sozinho, estão quatro colaboradores, e a quantidade de cliente não aumentou. Mas o pior de tudo era a forma abrutalhada, sem educação e sem respeito com que era tratado se uma caixa estivesse fora do sítio. Era tão injusto.
Atender clientes, gerir a logística e armazenagem e fazer negociação com fornecedores, foram aprendizagens muito importantes para a minha evolução. Aprendi muito, aprendi mesmo muito. E a prova disso é que recebi uma proposta para ministrar formação nestas áreas.
Aos 31 anos tinha tirado o CCP e frequentava a licenciatura em Design Gráfico e Multimédia na ESAD em Caldas da Rainha. A minha vontade de tirar um curso superior nunca desapareceu, antes pelo contrário. Os oito anos na empresa de materiais de construção serviram para eu ganhar condições financeiras para estudar. Antes da licenciatura já tinha concluído um CET em Construção e Administração de Web Sites e tinha frequentado várias ações de formação em pós-laboral no Cencal em Caldas da Rainha.
A licenciatura corria bem, mas não havia descanso. Em horário laboral trabalhava na empresa de materiais de construção, em pós-laboral tinha seis horas de aulas (das 18:00 às 24:00) e aos fins de semana fazia os trabalhos da licenciatura. Foi duro.
Quando recebi a proposta para dar formação, percebi que poderia ser a oportunidade de investir uma área que sempre me cativou muito, e por outro lado, um pouco mais tempo para terminar a licenciatura. Para mim era óbvio que era este o caminho, mas algumas vozes se levantaram contra: “Tens emprego certo, não faças isso”, “Vais trocar o certo pelo incerto” ou “Quem tudo quer tudo perde”.
A minha esposa apoiou e decidi arriscar. Comecei a dar formação em gestão de stocks, logística e armazenagem e negociação com fornecedores em setembro de 2010.
O caminho até aqui foi duro, mas considero que todas as etapas foram necessárias. Em cada uma delas adquiri competências e conhecimentos que foram importantes para a próxima etapa e para ser formador. No laboratório de areias especiais conheci o mundo empresarial, trabalhei em equipa e, mais tarde, percebi que facilmente me apaixono por outras áreas. Facilmente trabalho numa área que gosto porque facilmente passo a gostar de outra área.
Nas obras consegui força, resiliência e motivação. Percebi o quão duro é a vida de algumas pessoas, e que essas pessoas têm muito valor, embora as suas profissões não sejam muito elegantes ou nobres para outras pessoas. Obtive conhecimentos sobre esta arte que me levaram a ser o escolhido para a empresa de materiais de construção.
Na empresa de materiais de construção, entre outras, adquiri a competência de lidar com pessoas de todos os tipos: desde as mais rudes e abrutalhadas até às mais educadas e polidas. Esta competência é bastante útil na formação, dado que as turmas também são constituídas por pessoas de todos os tipos do ponto de vista comportamental e de personalidade. A negociação com fornecedores e gestão de stocks forma conhecimentos que me permitiram iniciar-me como formador.
3. O Destino: Formador
3.1. A Tempestade: O Início e a Crise
Em agosto de 2010 saí da empresa de materiais de construção, e logo em setembro, comecei a ministrar formação em logística e armazenagem, gestão de stocks e negociação com fornecedores. O valor hora que recebia era bastante elevado para a época e tinha bastante trabalho.
No entanto 8 meses depois de começar a dar formação a empresa abriu falência. Não foi um processo imediato, por isso continuei a dar formação durante alguns meses com a esperança que recebesse os últimos pagamentos. Mas o valor em dívida foi cada vez maior e acabei por não receber mais de quatro mil euros. Mas não desisti. Sabia que era este o caminho e queria mesmo ser formador.
O centro de formação que servia de intermediário entre a empresa que faliu e os formandos, começou a disponibilizar cursos desenvolvidos por si. Com alguma sorte, e provavelmente algum mérito meu, fui convidado para dar formação em alguns desses cursos. Eram poucas horas e o valor hora era bastante mais baixo. Por isso enviei o currículo para alguns centros de formação e empresas de recrutamento. Com isso consegui algumas horas de formação, mas sempre sem um grande volume de horas num só cento de formação. Nesta fase ainda não tinha terminado a licenciatura.
Em paralelo desenvolvia websites, paginação de livros e outras publicações, ilustrações, e outros trabalhos de design gráfico e multimédia. Alguns professores da licenciatura encaminharam trabalhos destas áreas. Os valores que recebi por estes trabalhos não eram elevados, mas foram essenciais para ter um portfólio muito rico e com trabalhos reais. Isso levou a que cada vez fosse mais solicitado para fazer este tipo de trabalhos. Quanto maior o portfólio mais confiança os clientes têm para adjudicar os trabalhos.
Destes trabalhos destaco a paginação e capa de três livros, ilustrações para a Maçonaria portuguesa e o desenvolvimento completo do site Lumina Sintra 2011. Este último com projeção nacional, grandes patrocinadores como RTP1, revista Sábado, CP, turismo Portugal, entre outros. O ator Ruy de Carvalho era a grande figura que apadrinhava o evento. Trabalhar com o atelier O Cubo, foi uma experiência incrível porque o Nuno Maya e a Carole Purnelle são profissionais de excelência a todos os níveis. A prova disso é a grande evolução e crescimento que o atelier O Cubo teve desde então.
Visto trabalhar sozinho era o responsável por todas as fases: Primeiras reuniões com os clientes, elaboração de propostas, desenvolvimento de todas as fases até ter o produto gráfico ou multimédia, emissão de faturas e serviço pós-venda.
A experiência adquirida neste contexto profissional foi essencial para, mais tarde, começar a ministrar formação na área de design gráfico e multimédia. Os centros de formação profissional tendem a valorizar formadores que, além do conhecimento técnico-científico, tenham experiência profissional na área em que ministram as suas formações.
Mas, entre 2011 e 2013, não tinha muitas horas de formação nem a rentabilidade dos trabalhos que fazia em design gráfico e multimédia era elevada. Foi também nestes anos que a crise teve maior impacto em Portugal. Por um lado, havia poucas empresas e outras entidades a investir em produtos de comunicação. A prioridade era conter custos. Por outro lado, também parecia haver cortes na formação profissional.
3.2.1. Mais Conhecimentos: Términus da Licenciatura e Autoaprendizagem
Refiro-me a tempestade porque juntava dois grandes fatores: poucas horas de formação para ministrar e ao mesmo tempo poucos trabalhos de design gráfico e multimédia.
Mas nem tudo foi mau, antes pelo contrário. Mais tarde percebi que esta fase foi determinante para o meu crescimento a nível profissional, tanto como formador como designer gráfico e multimédia.
Visto ter tempo, consegui terminar a licenciatura aproveitando ao máximo os conhecimentos transmitidos. Achei todas as unidades curriculares interessantes, importantes e úteis para um designer gráfico e multimédia. Para a minha evolução como formador, e como designer, destaco aquelas em que desenvolvi projetos de design gráfico e multimédia: Projeto de Design e Comunicação I e II; Projeto Design Gráfico I, II, III e IV; e Tipografia I, II e III.
Além das unidades curriculares obrigatórias frequentei mais três extracurriculares. Entre elas destaco fotografia digital porque, mais tarde, ministrei formação nesta área e os conhecimentos ali adquiridos foram muito importantes para eu ter um conhecimento mais amplo sobre as várias áreas do Design gráfico e multimédia.
Também aproveitei o tempo para testar novas abordagens na criação de site websites em programação HTML, CSS, Java Script, PHP e SQL. Igualmente aprofundei os conhecimentos nos programas que mais usava: Adobe Photoshop, Adobe Illustrator, Adobe Indesign e Adobe Dreamweaver. Desenvolvia trabalhos que não tinham qualquer destino comercial. Parecia que estava a “trabalhar para o boneco”. Mas, mais tarde, estas iniciativas foram determinantes para que eu tivesse um conhecimento técnico muito aprofundado, e tivesse sucesso quando comecei a dar formação em design gráfico e multimédia.
Também fui convidado para desenvolver três cursos online no modelo de autoformação. Desenvolvi toda a estrutura dos cursos e gravei todos os vídeos. No entanto a responsável por esta iniciativa mudou completamente de vida e desistiu do projeto. Quando eu tinha o mais difícil feito: todos os vídeos gravados e editados, o projeto caiu por terra. Acabei por receber muito pouco porque vendemos apenas três cursos.
Mas há sempre o lado positivo. Aprofundei os conhecimentos destes três cursos: Criação de Sites em HTML e CSS, Photoshop – Edição de Imagem, e Criação de Lojas Online. Aprendi a gravar e editar vídeos. E fiquei com os vídeos gravados que ainda hoje são úteis como complemento às aulas que dou nestas áreas.
3.2.2. Estudar Mais: E-Formador e o Mestrado
Visto não ter muito trabalho decidi continuar a estudar. Primeiro tirei um curso de e-formador. Não sabia qual seria a sua utilidade. Nesta fase havia muito poucos cursos online, mas o meu instinto indicava que este poderia ser um dos caminhos. Estava longe de saber que viria uma pandemia e o ensino a distância tornar-se-ia um regime amplamente adotado, especialmente no ensino profissional.
Mas este curso foi curto. Senti que poderia investir num grande curso, por isso inscrevi-me no Mestrado em Informação e Sistemas Empresariais ministrado pela Universidade Aberta e Instituto Superior Técnico. No primeiro ano foi relativamente fácil desenvolver todas as tarefas propostas dado que não tinha muito trabalho. Pouco depois de iniciar a dissertação, comecei a ser muito solicitado para ministrar formação no Cencal em Caldas da Rainha e Alcobaça. A gestão do tempo tornou-se mais desafiante, mas consegui entregar a tese e terminar o curso de mestrado com sucesso.
Tal como na licenciatura, considerei todas as unidades curriculares interessantes, importantes e úteis, neste caso para um profissional ligado à gestão da informação dentro das organizações. Para a minha evolução como formador destaco iniciação à programação, Introdução às Bases de Dados, Conceção de Objetos de Aprendizagem Organizacional, e Design de Interação e Usabilidade. Nas três primeiras unidades curriculares eu já tinha bons conhecimentos e foram-me úteis para uma consolidação das aprendizagens. Mas, Design de Interação e Usabilidade foi uma disciplina totalmente nova para mim, e ao mesmo tempo a que mais me seduziu.
Talvez por ter mostrado tanto interesse em motivação nesta disciplina, e provavelmente por ser designer gráfico e multimédia, fui convidado a desenvolver uma tese de mestrado relacionada com Design interação e usabilidade. A proposta foi que eu desenvolvesse os protótipos para uma aplicação para dispositivos móveis da Universidade Aberta. O regime desta instituição é o ensino a distância. Por isso, o estado da arte da minha tese de mestrado está dividido em duas grandes áreas: o ensino a distância e o design de interação e usabilidade. O desenvolvimento e conclusão são as etapas necessárias para o desenvolvimento dos protótipos, a sua avaliação e interpretação.
Os temas que abordei na tese foram cruciais para a minha evolução como formador. Passei a ministrar formação em que abordo os conceitos de design de interação e usabilidade no desenvolvimento de produtos de design gráfico e multimédia. Sinto que passei a ser um designer gráfico e multimédia, e formador, muito mais completo e com resultados muito mais eficientes.
Os conhecimentos que obtive relacionados com o ensino a distância, foram de extrema importância, especialmente quando o ensino passou a ser online por força da pandemia. Fui um elemento importante na organização das aulas a distância nos agrupamentos de escola da Lourinhã. Fui um dos primeiros formadores a ministrar aulas online nos centros de formação profissional Cencal e ESCO. Além disso, a Primeira experiência como formador de formadores, foi no curso “e- formador”, porque já tinha o curso de e-formador, muita experiência a ministrar formação online, e um conhecimento técnico científico vindo da tese de mestrado.
Foi no Cencal, centro de formação profissional para a indústria cerâmica, que comecei a ser formador praticamente a tempo inteiro. Em setembro de 2013 fui convidado a ministrar uma ação de formação de criação de websites. Rapidamente fui convidado para ministrar muitas outras UFCD em cursos de técnico de multimédia. Visto terem sempre pelo menos dois cursos de multimédia, entre fins de 2013 e setembro de 2018, trabalhei praticamente só com este centro de formação profissional. Mesmo assim ainda desenvolvi alguns projetos de design gráfico e multimédia. Essencialmente websites e paginação de catálogos e manuais de boas práticas para a Ordem dos Enfermeiros.
Uma das primeiras iniciativas que tive quando iniciei funções no Cencal foi criar uma pasta partilhada, com outros formadores, com conteúdos pedagógicos relacionados com o design gráfico e a multimédia. Embora outros colegas tenham carregado alguns conteúdos, a maior parte dos recursos que tinham sido desenvolvidos por mim. Compreendo que nem todos os formadores se sintam à vontade para partilhar os conteúdos desenvolvidos por si. Provavelmente alguns consideram que os seus conteúdos não têm muito valor. Outros não gostam que os seus conteúdos sejam usados por outros formadores. Outros ainda, consideram que podem estar a ajudar colegas/concorrentes e por isso terem menos trabalho no futuro.
Como se percebe pela minha iniciativa, não é o meu caso. Gosto de ajudar os colegas e acho que a partilha de conhecimentos e recursos pode tornar-nos melhores profissionais. Quanto à questão de encarar os outros formadores como concorrentes, nunca senti isso, antes pelo contrário. Eu recomendei alguns formadores para ministrar as mesmas UFCD que eu ministro, e alguns formadores fizeram o mesmo comigo, tanto no Cencal, como noutras instituições de ensino profissional. Foi assim que comecei a trabalhar com o centro formação profissional ESCO. Considero estas estas atitudes bonitas, com grande sentido ético e reveladoras de pessoas com excelente caráter.
O Cencal é um centro de formação muito bem organizado e com procedimentos muito bem definidos. Senti-me como peixe na água. Sabia exatamente que documentos e tarefas devia realizar e respetivos prazos. Para mim foi uma novidade! E eu adorava e adoro isso.
Os coordenadores do Cencal iam-me atribuindo mais e mais horas de formação. Muitas vezes solicitavam-me UFCDs que nunca tinha ministrado. Algumas delas não me sentia muito confortável em ministrar porque estavam na periferia dos meus conhecimentos, mas eu gosto de arriscar, ou como costumo dizer “mandar-me para fora de pé”.
Sempre correu muito bem. Acho que, por vezes, os formandos perceberam que eu não dominava completamente os temas abordados, mas isso nunca foi um problema, nem nesta fase nem em qualquer outra. Reflito muito sobre isto e ainda não tenho uma conclusão definitiva, tenho apenas algumas hipóteses: Os formandos não estão para se chatear? Consigo estabelecer uma excelente relação com os formandos? os métodos e técnicas que escolhi foram ajustados e mascaram alguma falta de conhecimento meu? Eu já tinha “margem de manobra” porque já tinha ministrado outras UFCDs com esses grupos e tinham corrido muito bem? Terei a síndrome do impostor, e afinal até tenho conhecimentos mais que suficientes? Outra opção é ser uma mistura de várias destas hipóteses.
Tudo corria bem, eu gostava (e gosto de trabalhar com o Cencal), e acho que é recíproco. No entanto, a falta de um contrato de trabalho a longo prazo começou a inquietar-me. E se o Cencal deixasse de ter formação na minha área? Ou não quisessem trabalhar mais comigo? Porque não me fazem um contrato a longo termo se estou aqui todos os dias e não trabalho para mais ninguém?
A par desta inquietude, tive conhecimento de uma vaga de emprego para câmara municipal da Lourinhã, para um técnico TIC/Multimédia, para um projeto inovador de combate ao insucesso escolar. Mas sobre isso falaremos no próximo tópico. Agora a reflexão final deste tópico…
Foi no Cencal que tive a primeira grande evolução muito como formador. O grande número de horas de formação que ministrei, as grandes diferenças entre grupos de formação, as UFCD de várias áreas da multimédia e TIC e coordenadores com estilos diferentes, contribuíram para um grande crescimento pessoal e profissional.
Considero que houve um casamento perfeito. A organização, rigor e profissionalismo que a direção do Cencal promove, estavam alinhados com o meu perfil enquanto formador e enquanto pessoa.
Desenvolvi uma grande quantidade de recursos didáticos e multimédia que me foram extremamente úteis mais tarde. Visto ter tantos conteúdos, decidi criar uma página web para partilhar com outros formadores e formandos.
Foi no Cencal que consegui uma marca como formador. Ou seja, sou reconhecido e seguido por muitos formandos que tiveram formação comigo. Além destes formandos procurarem ter formação comigo, também me recomendam noutros centros de formação. Foi assim que comecei a trabalhar na ESCO, em Torres Vedras e no IEFP de Santarém.
Depois de cinco anos muito intensos, produtivos e felizes no Cencal, candidatei-me a uma vaga para TIC/Multimédia na Câmara Municipal da Lourinhã (CML). Tinha sentimentos bastante opostos: precisava de mudança e desafios profissionais, mas ao mesmo tempo precisava de estabilidade (contrato de trabalho a longo prazo).
Candidatei-me sem saber muito bem o que iria fazer e que projeto iria integrar. E também não tinha a certeza se queria sair do Cencal. Durante o processo de seleção decidi que queria mesmo a vaga na CML. Depois de alguns recursos por erros no processo, fiquei com a vaga!
Entrar num projeto inovador de combate ao insucesso escolar foi um grande desafio porque ninguém sabia muito bem o que devia ser feito, exatamente porque o projeto era mesmo inovador e não havia grandes referências. Mas como disse antes, eu gosto de me mandar para fora de pé. Gosto de pensar e executar soluções que ainda não testei.
Durante três anos, pesquisei, reuni, debati, explorei e arrisquei na execução de algumas (muitas) iniciativas. O meu papel era, essencialmente, promover a adoção de recursos digitais no processo ensino-aprendizagem. Desenhei e executei iniciativas com alunos, professores e encarregados de edução. Fiz muitas pesquisas, muitos testes e muitas experiências em software e APPs que podiam ser usados no ensino.
Criei uma grande quantidade de recursos multimédia. Manuais para os software e APPS, estratégias para usar as ferramentas digitais no ensino, manuais de boas práticas e segurança na internet. Desenvolvi uma área no site do município da Lourinhã onde se disponibilizavam estes e outros recursos produzidos pelas colegas de equipa multidisciplinar.
Gravei e disponibilizei vídeos, relacionados com TIC/Multimédia no ensino, no canal do Youtube do município da Lourinhã. Quando veio a pandemia, as suas visualizações dispararam em todos territórios de Portugal.
No contexto desta reflexão destaco duas iniciativas:
- Apoio aos professores diretamente em sala de aula. Em função dos conteúdos a abordar, definia uma estratégia pedagógica e quais as técnicas e ferramentas a usar. Tudo em articulação com o respetivo professor.
- Início da formação de professores. Ministrei formações a professores sobre as TIC e multimédia no ensino. Dado ter mestrado, algumas destas ações foram acreditadas como Ações de Curta Duração, ajudando assim aos professores a progredirem na carreira.
A primeira iniciativa permitiu-me colocar em prática toda a teoria que tinha consultado sobre metodologias ativas, TIC e multimédia no ensino, e a adoção das plataformas digitais que eu tinha testado.
Também percebi como é a dinâmica do ensino regular e as suas diferenças do ensino profissional. E descobri as enormes diferenças socio culturais e como essas assimetrias influenciam drasticamente a aprendizagem dos alunos. É muito difícil um aluno ter sucesso escolar quando vive num bairro, não tem espaço para estudar, e passa a maior parte do tempo em contacto com cenas de violência. Ahh e muitas vezes só se alimenta na escola e ainda tem de levar um pouco do seu almoço para os seus familiares. Quando não conhecemos o contexto, criticamos os alunos que se portam “mal” ou não têm sucesso escolar, mas muitas vezes estes alunos são uns heróis. Como é que eles conseguem aprender alguma coisa com um contexto tão familiar extremamente desfavorável?
E os professores, como conseguem fazer o seu trabalho neste contexto? Alguns deles dão um apoio extraescola a esses alunos, extravasando muito as suas funções, mas é um apoio fundamental. Outros heróis.
Nas primeiras ações que ministrei de formação de professores, senti um nervoso miudinho, mas sabia que estava bem preparado, já conhecia muitos professores da Lourinhã e tinha margem de erro porque os professores com quem já tinha trabalhado simpatizavam comigo e valorizavam o meu apoio nas aulas.
Durante a pandemia criei webinares para alunos, professores e encarregados de educação sobre TIC/Multimédia na educação, metodologias ativas, mapas mentais e plataformas digitais usadas no processo ensino-aprendizagem. Os espetadores ultrapassaram muito as fronteiras do concelho da Lourinhã. Considero que os inputs de outros atores no ensino e de outras regiões de Portugal, enriqueceram muito os webinares.
Enquanto trabalhei na CML, continuei sempre a ministrar formação no Cencal em pós-laboral. E, entretanto, fui contactado pela ESCO, um centro de formação profissional em Torres Vedras, para ministrar formação em pós-laboral. Sei que foi alguém que me recomendou, mas não sei se foi um formando ou formador.
Cada vez ia tendo mais formação para ministrar em pós-laboral, e o bichinho da formação continuou a crescer. Percebi que seria mais feliz sendo formador a tempo inteiro e também era/é mais vantajoso financeiramente. A grande desvantagem é o facto de ser “incerto” na medida em que não há contratos a médio/longo prazo. Mas eu já tinha um capital muito grande e percebi que dificilmente ficariam sem trabalho.
Em conversa com um coordenador do Cencal, percebi que tinha as portas abertas para voltar a tempo inteiro. Em fevereiro de 2021 despedi-me da CML, mas só saí em junho porque me pediram tempo para terminar as iniciativas que estava a desenvolver e ao mesmo tempo passar o testemunho. Já depois de ter saído fiz alguns trabalhos para a CML, mas em regime de freelance.
Considero que a minha passagem pela CML foi extremamente enriquecedora. Tive a oportunidade de verificar que alguns alunos são heróis com capa de rufias. Vi que os pais querem, muitas vezes, fazer mais pelos seus filhos, mas falta-lhes as raízes e um tronco forte. E os professores, com dois ou três rufias (heróis) que destabilizam a turma toda, mas no fim da aula ajudam esses heróis. Não ajudam mais porque não podem. Mesmo assim não desmotivam, não desistem e ainda procuram formação, mesmo quando estão atolados em burocracia.
Permitiu-me ver muito mais além do ensino profissional e do Cencal. Aprendi muito, aprendi mesmo muito. Conheci plataformas digitais fantásticas para serem usadas no ensino. Aprendi muito sobre pedagogia, estratégia pedagógica, métodos, técnicas e ferramentas. Tive a oportunidade de colocar em prática as teorias de aprendizagem e as metodologias ativas. Hoje sou formador de professores e formadores nestas áreas graças à minha passagem pela CML.
O meu interesse em metodologias ativas e em inovação no ensino levou-me a frequentar, e concluir, a pós-graduação “Tecnologias em Educação: Ambientes Inovadores de Aprendizagem” no Instituto Piaget. As Unidades Curriculares (UC) foram: Ambientes Inovadores de Aprendizagem; Educação Contemporânea e Desafios do Século XXI; Perspetivas Didáticas do M-Learning; Cenários Pedagógicos Digitais no Contexto Escolar; Conceção, Gestão e Avaliação de Projetos Educativos.
O trabalho final foi um projeto em que desenvolvi, em colaboração com a Porto Editora/Escola Virtual e com o município da Lourinhã, um guia prático com sugestão de adoção de metodologias ativas com recurso ao software Escola Virtual. O resultado foi o documento “Sugestões Práticas de Metodologias Ativas com TIC – Caso da Escola Virtual da Porto Editora no Município da Lourinhã” que se encontra em anexo.
Este documento detalha os passos que os professores podem seguir, na Escola Virtual da Porto Editor, quando adotarem metodologias ativas. No entanto, estas sugestões podem ser adaptadas à utilização de outras ferramentas TIC que permitam a disponibilização de recursos pedagógicos e feedback.
Após uma revisão da literatura sobre metodologias ativas e a adoção de tecnologias de informação e comunicação no ensino, elaborei o documento referido. A avaliação que os professores da Lourinhã fizeram do documento foi bastante positiva e os comentários revelam que estes professores também sugerem a sua adoção a outros professores.
Esta pós-graduação permitiu me aprofundar muito os conhecimentos sobre o processo ensino-aprendizagem, ambientes inovadores de aprendizagem e metodologias ativas. O projeto final consolidou os meus conhecimentos teóricos sobre o ensino e as metodologias ativas, e transpô-los para prática com recurso ao Learning Management System (LMS) com maior sucesso e mais difundido no ensino regular Em Portugal.
Considero que este curso me tornou um melhor profissional no ensino, potenciou a minha acreditação, pela universidade do Minho, como formador de professores, e fez com que eu adquirisse mais competências para ser formador de formadores. Esta pós-graduação é foi um fator importante para eu ser o escolhido para ministrar ações de formação para professores e formadores com os conhecimentos aqui adquiridos. Espero continuar neste caminho, por isso estou neste curso.
Após três anos a trabalhar na Câmara da Lourinhã em horário laboral, decidi voltar a formação profissional a tempo inteiro. Nunca deixei a formação por completo porque me mantive como formador em pós-laboral no Cencal e na ESCO.
No Cencal, centro de formação profissional onde tinha crescido muito enquanto formador, acolheram de braços abertos. Atribuíram um número considerável de horas de formação para ministrar. Para mim foi um enorme prazer ter voltado. Sentia a força da expressão “O bom filho a casa torna”. Outros centros de formação contactaram-me para ministrar formação nesta fase: o IEFP de Santarém e a associação de comerciantes de Leiria (Entidade que eu tinha feito o seu site alguns anos antes).
O Cencal é um centro de formação profissional muito sólido, com cerca de 40 anos de existência, muito bem organizado e um local onde me sentia/sinto muito feliz a trabalhar como formador. No entanto considerei que era importante não colocar os ovos todos no mesmo cesto, ou seja, trabalhar também com outros centros de formação profissional.
A gestão da agenda tornou-se mais desafiante, e claro, em alguns momentos não tinha disponibilidade para ministrar as horas de formação que o Cencal me pretendia atribuir. Esses foram os aspetos negativos. No entanto a decisão de trabalhar com outros centros de formação profissional permitiu me conhecer outras realidades, outras formas de trabalhar, outras pessoas e ao mesmo tempo não correr o risco de, no futuro, o Cencal não ter formação para me atribuir.
Se tivesse ficado a trabalhar apenas com o Cencal não teria tido conhecimento deste curso que me permite uma forte aquisição de conhecimentos, e que seja uma ferramenta potenciadora para eu ser formador de formadores com maior frequência.
Na Câmara Municipal da Lourinhã (CML) ministrei as primeiras ações de formação de professores. Foram ações de curta duração, algumas acreditadas pelo Centro de Formação das Escolas de Torres Vedras e Lourinhã (CFETVL).
Já depois de ter saído da CML, uma das professoras que tinha sido minha formanda informou-me que eu podia solicitar acreditação para ministrar formação de longa duração a professores. Esta professora tomou a iniciativa de contactar a coordenadora do CFETVL sobre os procedimentos que eu devia seguir.
No início pensei que não teria currículo para ser acreditado. Mas a insistência da professora e da coordenadora do CFETVL, com a qual eu já tinha trabalhado para certificar as ações de curta duração que ministrei na CML, levaram-me a mudar de opinião e a perceber que tinha uma tese de mestrado sobre ensino, um pós-graduação sobre tecnologias em educação, e alguma experiência em formação de professores e apoio na adoção de metodologias ativas e tecnologias digitais no ensino.
Poucos meses depois obtive o Certificado de Registo de Formador, na área B115 – Tecnologia e Comunicação Educativa, emitido pelo Concelho Cientifico-Pedagógico da Formação Contínua na Universidade do Minho. Esta certificação é importante porque me permite ministrar formação, de longa duração, a professores.
Poucos meses depois e ter obtido esta certificação, foi convidado para ministrar formação de professores no Centro de Formação Centro-Oeste (CFCO). O tema foi o vídeo como ferramenta pedagógica. Foi a primeira formação de longa duração que ministrei a professores. Foi uma experiência extremamente enriquecedora e satisfatória. Senti que era aquilo que eu queria fazer.
O coordenador do CFCO, nesta fase, convidou-me para ministrar mais formações. No entanto a sua saída poucos meses depois, e entrada de uma nova coordenadora, mudaram o rumo dos acontecimentos. Outras oportunidades viriam, e virão surgir.
E surgiram mesmo. A coordenadora da Escola de Serviços e Comércio do Oeste (ESCO), com a qual já ministrava formação a alguns anos, convidou-me para ministrar três módulos do curso E-Formador para formadores e professores da ESCO e de outras entidades.
Embora eu tivesse os conhecimentos relacionados com os módulos que iria ministrar, a preparação desta ação foi desafiante e árdua porque havia sessões síncronas e sessões assíncronas. Neste cenário o planeamento tem de ser muito bem detalhado, visto não haver margem para adaptações ao grupo de formação ao longo das sessões. Mas este desafio fez-me consolidar os conhecimentos e trabalhar melhor as competências de planeamento e estratégia pedagógica. Obrigado pela oportunidade.
Esta foi a primeira ação de formação de professores/formadores que ministrei com outros formadores. As reuniões de planeamento e organização foram extremamente profícuas. As diferentes experiências, pontos de vista e estratégias resultaram num trabalho mais completo em relação a conteúdos e mais bem planeado do ponto de vista estratégico. Excelente trabalho de equipa.
Muito recentemente recebi o convite, do IEFP de Santarém, para ministrar o módulo Facilitação do Processo de Formação-Aprendizagem, no curso Qualificação Pedagógica Inicial de Formadores para Profissionais da Área do Digital. As espectativas são altas. Os temas a serem abordados são semelhantes aos que já ministrei, mas é um curso diferente, um público diferente, objetivos diferentes. Além disso, irei trabalhar em equipa com dois formadores experientes, e provavelmente com conhecimentos diferentes dos meus. Nesse sentido, tenho a expectativa que seja mais uma etapa para o meu crescimento como formador de formadores.
Iniciei-me como formador de professores/formadores na CML apenas com ACDs, mas senti que era esse o caminho que eu queria seguir. A certificação como formador de professores, para ações de longa duração, foi o constatar que tenho currículo para ir mais longe, e permitiu-me ministrar formações no CFCO e ESCO nesta área. Essas ações de formação, de longa duração, solidificaram a minha ambição e desejo de aprofundar os meus conhecimentos. Por isso estou a frequentar este curso.
A reflexão sobre as minhas atividades profissionais, e pessoais, é para mim uma prática constante. Durante, e especialmente após cada ação de formação que ministro, reflito sobre a minha performance, feedback e resultados obtidos.
Foram estas reflexões que me levaram a sugerir a realização das primeiras ações de curta duração na Câmara Municipal da Lourinhã, para professores, em que fui eu o formador. Foram estas reflexões que me levaram sugerir mais ações de formação deste tipo.
O incentivo que tive para ser acreditado para formador de professores em ações de longa duração, levou a que eu refletisse sobre o meu percurso, currículo e competências para pedir essa acreditação. Este marco confirmou que tinha as competências necessárias, levando-me a ministrar ações de formação no CFCO e ESCO.
As reflexões eu fiz sobre estas ações, levaram-me a concluir que ao longo deste percurso, enfrentei desafios como o planeamento rigoroso e a colaboração com outros formadores, o que me permitiu consolidar competências pedagógicas e enriquecer as minhas práticas.
Recentemente, aceitei o convite do IEFP de Santarém para formar profissionais da área digital, uma nova etapa para o meu crescimento. Esta nova fase traz consigo expectativas elevadas e desafios adicionais, uma vez que se trata de um público diferente e de objetivos distintos. Sinto, no entanto, que cada nova experiência me oferece oportunidades para continuar a evoluir, e a colaboração com outros formadores promete ser mais um passo importante no meu crescimento. Às aprendizagens que irei adquirir só ficarão consolidadas se eu fizer uma reflexão séria e aprofundada sobre o meu desempenho, satisfação dos formandos e resultados obtidos.
Ao longo deste percurso, a reflexão constante tem sido uma parte fundamental do meu desenvolvimento. Cada desafio, cada formação e cada interação com os formandos e colegas têm-me permitido refinar as minhas competências e práticas pedagógicas. Continuo comprometido em aprender e melhorar, mantendo sempre uma atitude crítica e reflexiva sobre o meu papel enquanto formador de formadores.
Um formador de formadores deve possuir um conjunto abrangente de competências que integram capacidades pedagógicas, técnicas e interpessoais. Em termos pedagógicos, é fundamental que tenha a capacidade de planear e organizar ações de formação adequadas ao público-alvo, definindo objetivos claros, métodos eficazes e sistemas de avaliação coerentes. Além disso, é importante que consiga gerir dinâmicas de grupo, estimulando a participação ativa, promovendo a colaboração entre os formandos, mesmo sabendo que pode ter que lidar com eventuais conflitos ou diferenças. A avaliação e o fornecimento de feedback construtivo são igualmente essenciais para promover a melhoria contínua dos formandos.
No que diz respeito às competências de comunicação, é crucial que o formador transmita os conceitos de forma clara e objetiva, adaptando a sua mensagem ao público-alvo, enquanto pratica a escuta ativa, demonstrando empatia e ajustando a comunicação conforme necessário. A capacidade de persuasão e motivação também desempenha um papel importante, incentivando os formandos a participarem ativamente e criando um ambiente de aprendizagem estimulante.
As competências técnicas e digitais são igualmente indispensáveis. Um formador de formadores deve estar familiarizado com as tecnologias educativas, sabendo integrar ferramentas e plataformas digitais no processo de formação. O domínio de metodologias ativas, como a aprendizagem baseada em projetos ou o ensino híbrido, é um fator-chave, assim como a gestão eficiente dos recursos pedagógicos, sejam digitais ou físicos.
Um formador reflexivo distingue-se pela capacidade de autoavaliação constante, analisando a sua própria prática e identificando áreas de melhoria. A abertura à inovação e a vontade de experimentar novas abordagens são características importantes, assim como o compromisso com a aprendizagem ao longo da vida, o que o mantém atualizado em relação às novas tendências educativas e tecnológicas.
No plano interpessoal, é essencial que o formador desenvolva empatia, compreendendo as necessidades e motivações dos formandos e oferecendo apoio individualizado quando necessário. Deve ser também uma figura de liderança, inspirando os formandos pelo exemplo e promovendo um ambiente de respeito e cooperação. A capacidade de resolução de conflitos é igualmente necessária para garantir um clima positivo e colaborativo nas sessões de formação.
Por fim, as competências organizacionais, como a gestão eficaz do tempo, são cruciais para assegurar que os conteúdos planeados sejam abordados sem comprometer a qualidade da aprendizagem. Flexibilidade e capacidade de adaptação são indispensáveis para ajustar o plano de formação às necessidades emergentes dos formandos ou a mudanças no contexto. Um formador de formadores deve também ser orientado para resultados, trabalhando de forma eficiente para alcançar os objetivos pedagógicos e garantir o sucesso do processo formativo.
Um formador de formadores pode/deve guiar-se pela metáfora da “Árvore do Formador” para formar futuros profissionais desta área. Esta metáfora está intrinsecamente ligada às competências essenciais que um formador de formadores deve ter. Ao descrever as várias partes da árvore — raízes, tronco, ramos, folhas, flores e frutos —, constrói-se uma imagem completa do que constitui um formador competente e reflexivo. Vamos relacionar essas partes com as principais competências de um formador de formadores.
Raízes
Tal como as árvores, um formador deve ter uma base sólida. Tem de ser boa pessoa: empático, tolerante, resiliente, trabalhador, etc. Um formador deve conseguir estabelecer relação com os formandos e colegas, respeitando-os e sendo justo com todos. Um formador é um modelo para os seus formandos. Um formador sem ética, sem princípios e sem valores, é um mau formador. Tem de ter motivação entusiamo. Só boas raízes permitiram manter a árvore viva e a crescer. De nada vale ter bons conhecimentos técnico-científicos ou pedagógicos se não for boa pessoa e com.
Tronco
O tronco das árvores sustenta ramos e folhas. Um formador deve ter um suporte forte e consistente para que a sua prática possa se ramificar, florescer e dar frutos. Nesse sentido, um formador deve ter um conhecimento técnico-científico suficiente para ministrar formação nos seus temas. Não considero este domínio essencial porque com a adoção de metodologias ativas, é possível formandos e formadores trazem conhecimento para sala de aula.
Por isso considero que a estratégia pedagogia é mais importante que o conhecimento técnico-científico. A capacidade de comunicar é essencial num formador, mesmo com a adoção de metodologias ativas. Se os formandos não compreenderem a mensagem, andam à deriva e encontram informações erradas ou fora de contexto. Se a metodologia adotada for mais passiva, por exemplo o método expositivo, a comunicação é o centro de todo o processo de ensino-aprendizagem. Um tronco forte e sustentável permitirá o desenvolvimento de troncos robustos.
Ramos
Na árvore do formador, os ramos são os conceitos subjacentes à formação: modelo de ensino, tipo de formação, tipo de conteúdos, regime, tipo de comunicação, modelo de aprendizagem e papel do formador, etc. É importante que um formador compreenda o enquadramento, e as vantagens e desvantagens dos caminhos possíveis para a aquisição de conhecimento pelos formandos. Quanto melhor este conhecimento, melhor a adaptação da estratégia pedagógica que o formador faz ao grupo de formação, e melhores serão as folhas e frutos da sua árvore.
Folhas
Os conhecimentos das principais teorias de aprendizagem conduzem um formador a escolher a metodologia, técnica e ferramentas que mais se adaptam ao contexto (grupo de formação, recursos disponíveis, objetivos, características do próprio formador, tempo, etc.).
As folhas da árvore do formador são um refinamento de todas as outras competências anteriores. São a prova que a árvore (formador) está de boa saúde e no caminho certo, e a certeza que irá ter boas flores e posteriormente, bons frutos…
Flores
A flores são polizadas para darem frutos. Um formador deve juntar todas as suas competências com inputs de colegas e formandos para que o conhecimento floresça e dê frutos.
Frutos
Os frutos da árvore do formador são as competências que os formandos adquirem/desenvolvem. Estas competências não se limitam aos conhecimentos técnico-científicos. As competências psicossociais e evolução de um ser humano como um todo são frutos muitíssimo importantes. Na minha opinião, na maior parte das vezes, mais importantes que o conhecimento técnico-científico. Muitos formandos não seguem a área do curso que tiraram, mas isso não significa que o curso não tenha servido para nada. Serviu para uma evolução do formando enquanto pessoa, até mesmo nas suas competências mais básicas, na sua personalidade e nos seus princípios e valores.
Não deixa de ser curioso que termino a falar de frutos da mesma forma que iniciei a fala das raízes da árvore do formador.
Os frutos caem e uma nova árvore nasce…
Um formador deve promover a aquisição de competências de todas as partes desta árvore. Assim, o formador de formadores atua como um profissional completo, unindo conhecimento técnico, sensibilidade interpessoal e um compromisso contínuo com a evolução pedagógica.
O esquema gráfico com a árvore do formador, e as respetivas competências para cada elemento pode ser consultada aqui e na imagem e baixo.
As práticas profissionais de um formador de formadores são fundamentais para garantir a qualidade e eficácia no processo de formação e na capacitação de futuros formadores. Um formador de formadores assume um papel estratégico na educação, pois não só transmite conhecimentos, mas também modela as práticas pedagógicas e comportamentais que os seus formandos irão replicar. Nesse sentido, as suas práticas profissionais devem ser pautadas por rigor, reflexão e adaptação contínua.
Uma das principais práticas de um formador de formadores é a planificação pedagógica. Antes de iniciar qualquer ação formativa, o formador deve realizar um diagnóstico detalhado do contexto, dos objetivos de aprendizagem e do perfil dos formandos. Isto inclui a análise das suas necessidades, motivações e experiências prévias, de forma a desenhar um plano de formação adaptado.
A criação de objetivos claros e específicos é essencial, assim como a seleção criteriosa das metodologias de ensino que irão ser aplicadas, que podem incluir metodologias ativas como a aprendizagem baseada em projetos, a gamificação ou o ensino colaborativo.
Outra prática essencial é a comunicação eficaz. O formador de formadores deve ser capaz de transmitir conteúdos de forma clara, acessível e adaptada ao nível dos seus formandos. Além disso, a sua capacidade de comunicação deve fomentar a participação ativa e a colaboração, criando um ambiente de confiança onde todos os formandos se sintam encorajados a partilhar as suas ideias e questões.
Um bom formador promove a escuta ativa, incentivando o diálogo e a reflexão crítica. No entanto, a comunicação vai além do conteúdo em si, envolvendo também a criação de um ambiente emocionalmente seguro e inclusivo.
A gestão das dinâmicas de grupo é outra prática crucial. Um formador de formadores deve ser capaz de gerir grupos heterogéneos, promovendo a interação entre formandos com diferentes experiências e perspetivas. Isto envolve a criação de dinâmicas que facilitem o trabalho colaborativo e a troca de experiências, respeitando o ritmo de cada formando. Para tal, é importante o formador demonstrar flexibilidade, adaptando o seu plano e estratégias conforme a resposta e progresso dos formandos, assegurando que todos possam atingir os objetivos de aprendizagem de forma equilibrada.
A integração de tecnologias educativas também faz parte das práticas profissionais de um formador de formadores. Num mundo cada vez mais digital, é necessário que o formador utilize ferramentas tecnológicas para apoiar e diversificar a aprendizagem. Plataformas de ensino online, ferramentas de colaboração digital, vídeos educativos e quizzes interativos são exemplos de recursos que podem ser integrados de forma eficaz. O uso consciente dessas tecnologias permite que os formandos adquiram competências digitais, além de contribuir para um ambiente de aprendizagem mais dinâmico e interativo.
Além disso, o formador de formadores deve ser uma modelo de reflexão e melhoria contínua. Isso significa que deve estar sempre disponível para autoavaliar a sua prática, identificando áreas de melhoria e acolhendo feedback dos formandos e dos seus pares. Esta prática reflexiva envolve não só a análise de como as metodologias e abordagens estão a ser recebidas, mas também a avaliação da eficácia das suas estratégias de comunicação, gestão de tempo e dinâmicas de grupo. A reflexão permite que o formador continue a melhorar as suas competências, adaptando-se às novas necessidades e desafios educativos.
Por fim, uma prática essencial é a avaliação e feedback contínuo. O formador de formadores deve ser capaz de realizar avaliações formativas ao longo do processo, acompanhando o progresso dos formandos e ajustando as suas estratégias quando necessário. O feedback deve ser construtivo e orientado para o desenvolvimento das competências dos formandos, oferecendo sugestões concretas de melhoria. Um bom formador sabe que a avaliação não deve ser apenas sobre o desempenho técnico dos formandos, mas também sobre o seu crescimento pessoal e interpessoal, bem como a evolução das suas capacidades pedagógicas.
Assim, as práticas profissionais de um formador de formadores baseiam-se em três pilares: o planeamento pedagógico estruturado, a comunicação e gestão de grupos eficazes e a prática reflexiva contínua. Este conjunto de competências e atitudes permite que o formador não só capacite os seus formandos tecnicamente, mas também os inspire a serem formadores igualmente reflexivos, éticos e comprometidos com a qualidade do ensino.
Os tópicos deste documento mostram que sou um formador na área de multimédia, que consolidou a sua carreira como formador no Cencal, um centro de formação profissional, em que tive uma forte colaboração com colegas e uma paixão pela partilha de conhecimentos, que o levaram a criar recursos didáticos e uma página web, disponivel em https://projectodigital.com para facilitar essa partilha.
Em paralelo criei um canal no YouTube onde coloco vídeos criados por mim que são usados por outros formadores e formandos. Neste momento tem 265 vídeos sobre multimédia, marketing e formação de formadores e professores com tutoriais sobre ferramentas digitais que podem ser usadas no ensino e metodologias ativas. Está disponível em: https://www.youtube.com/@RuiMiguelMultimedia.
Após cinco anos no Cencal, decidi aceitar uma nova oportunidade na Câmara Municipal da Lourinhã, onde participei de um projeto inovador para combater o insucesso escolar. Esta experiência desafiadora permitiu-me aprofundar o uso de tecnologias digitais na educação, ministrar formação a professores e criar materiais que se tornaram amplamente utilizados, especialmente durante a pandemia.
Procurei aprofundar seus conhecimentos através de uma pós-graduação em tecnologias em educação, o que culminou na elaboração de um guia prático sobre metodologias ativas que foi distribuído pela comunidade educativa e encontra-se disponível no website do município da Lourinhã e em https://projectodigital.com.
Criei e sou administrar de um grupo no Facebook sobre Multimédia e Marketing: https://www.facebook.com/groups/164012393637921. O objetivo é a partilha de conhecimento, dicas, novidades e apoio na resolução de problemas com outros formadores e formandos. Com o mesmo objetivo, criei um grupo no WhatsApp, “Os Multimédicos”: https://chat.whatsapp.com/IgT56GTWfCWIsDQ3BtPI39.
No âmbito do curso Formador de Formadores, criei em conjunto com duas colegas, um grupo no Facebook que pretende ser um espaço de partilha de experiência e conhecimentos que possa dar apoio aos desafios vividos no exercício da função de formador de formadores, e que possa desenvolver-se como ferramenta de inovação pedagógica e formativa como fonte de recursos e saberes.
A minha trajetória como formador de multimédia reflete um forte compromisso com a educação e a colaboração em rede. No Cencal, desenvolvi recursos didáticos e criei a plataforma projectodigital.com, promovendo a partilha de conhecimentos. A experiência na Câmara Municipal da Lourinhã permitiu-me aprofundar o uso de tecnologias na educação e desenvolver materiais úteis, especialmente durante a pandemia.
Além disso, criei grupos no Facebook e WhatsApp, para fomentar a troca de experiências entre formadores e alunos. A criação de um espaço de partilha no curso “Formador de Formadores” demonstra o meu compromisso com a formação contínua e a inovação pedagógica. Sou um formador que valoriza a rede colaborativa, sempre à procura de inspirar e capacitar educadores e alunos para um futuro mais promissor na educação.
O percurso de um formador de formadores é uma trajetória em constante evolução, marcada por desafios, aprendizagens e o compromisso com a formação contínua. Desde o início da carreira, é essencial que o formador desenvolva um conjunto sólido de competências que o prepare para a complexidade do papel que desempenha na educação.
A base de um formador de formadores frequentemente começa com uma formação académica robusta na sua área de especialização, acompanhada de experiência prática significativa. Essa formação pode incluir diplomas, mestrados ou especializações, mas também deve ser complementada por experiências reais em contextos educativos. O meu percurso apresentado neste documento, leva-me a deduzir que tenho estas bases.
A prática permite ao formador refletir sobre as metodologias de ensino e as melhores formas de abordar diferentes públicos. Como referido em cima, a reflexão faz parte do percurso profissional e é uma prática muito frequente que me tem permitido aperfeiçoar e evoluir profissionalmente.
A participação em ações de formação contínua é um dos pilares do desenvolvimento de um formador. Ao longo da sua carreira, o formador deve buscar oportunidades para adquirir novos conhecimentos e atualizar-se sobre as últimas tendências pedagógicas e tecnológicas. A aprendizagem colaborativa, por meio de comunidades de prática, grupos de discussão ou redes profissionais, também desempenha um papel crucial. Estas interações promovem a troca de experiências, ideias e melhores práticas, enriquecendo o percurso formativo de cada profissional.
Um momento chave na carreira de um formador de formadores é a obtenção de certificações que validem a sua capacidade de ministrar formação a outros formadores. Estas certificações, muitas vezes exigidas por entidades educativas, não só conferem credibilidade, mas também abrem portas para novas oportunidades. Além disso, a experiência na formação de formadores permite ao educador desenvolver competências específicas, como a facilitação de processos de aprendizagem, a elaboração de currículos e a utilização de metodologias ativas.
Ao longo da sua trajetória, um formador de formadores deve estar atento às necessidades emergentes da educação. O avanço tecnológico, por exemplo, exige que os formadores se atualizem sobre ferramentas digitais e estratégias inovadoras que podem ser aplicadas no ensino. A flexibilidade e a capacidade de adaptação são características essenciais para quem atua nesta área, uma vez que o cenário educativo está em constante mudança.
Por fim, um formador de formadores deve cultivar uma mentalidade de reflexão e autoavaliação. A prática reflexiva permite que o educador identifique pontos fortes e áreas a melhorar, contribuindo para o seu desenvolvimento contínuo. A partilha de experiências e desafios com outros formadores também é uma oportunidade valiosa para aprender e crescer juntos.
A conclusão da pós-graduação e a frequência neste curso de Formador de Formadores, são degraus que tenho vindo a subir para me tornar um melhor formador de formadores. Assim como a criação de comunidades de ajuda, no Facebook e WhastApp, para a promoção de partilha de experiências, desenvolvimento continuo e atualização de técnicas e ferramentas.
O futuro, enquanto formador de formadores, antevejo que seja repleto de desafios e oportunidades que exigem uma abordagem proativa e inovadora. À medida que o cenário educativo evolui, é fundamental que eu adote novas estratégias e ferramentas que atendam às necessidades das gerações atuais de educadores e alunos.
Com o avanço tecnológico e a crescente digitalização do ensino, terei de me familiarizar com novas ferramentas e plataformas que podem enriquecer a experiência de aprendizagem. Isto inclui aprender sobre aprendizagem online, uso de plataformas de gestão de aprendizagem (LMS), e a incorporação de recursos digitais nas suas formações.
Além disso, as metodologias ativas são essenciais para motivar os formandos e promover uma aprendizagem mais significativa. Devo explorar mais e implementar abordagens como a aprendizagem baseada em projetos, a aprendizagem colaborativa e a gamificação, adaptando-as às necessidades e contextos dos formandos. Pretendo aprofundar os meus conhecimentos sobre metodologias ativas.
Outra direção importante é focar na personalização da formação. Cada formando tem um perfil único, com diferentes ritmos e estilos de aprendizagem. Devo trabalhar para personalizar a experiência formativa, oferecendo suporte individualizado e criando ambientes de aprendizagem flexíveis que atendam a essas diferenças. As competências emocionais e sociais também são cada vez mais valorizadas no contexto educativo, portanto, devo incluir no meu repertório a promoção da inteligência emocional, empatia e habilidades de comunicação, ajudando os formandos a se tornarem educadores mais completos e eficazes.
O mundo da educação está em constante mudança, e os formadores devem estar abertos à inovação. Isto envolve experimentar novas abordagens, refletir sobre práticas existentes e estar disposto a ajustar e melhorar continuamente os seus métodos de ensino. O incentivo à aprendizagem ao longo da vida é outro aspeto essencial; devo não apenas promover a formação contínua entre os seus formandos, mas também adotar essa prática para mim, participando de cursos, conferências e comunidades de aprendizagem para me manter atualizado e relevante na área.
Estabelecer parcerias e colaborar com outros formadores e instituições educativas pode gerar sinergias valiosas. Participar de redes de conhecimento permite a troca de boas práticas e experiências, contribuindo para o crescimento profissional e a inovação na formação. A avaliação contínua dos processos e resultados das ações formativas é crucial. Devo implementar ferramentas de feedback e autoavaliação que permitam monitorar o progresso dos formandos e ajustar as abordagens conforme necessário.
Por último, o papel do formador vai além da transmissão de conhecimentos; envolve também o suporte ao desenvolvimento profissional dos formandos. Criar oportunidades de mentoria, coaching e networking pode ser uma forma eficaz de ajudar os novos educadores a se estabelecerem e crescerem na sua carreira.
Em suma, o futuro de um formador de formadores requer uma abordagem adaptativa, aberta à inovação e focada nas necessidades dos formandos. Ao se comprometer com a aprendizagem contínua, a personalização da formação e a promoção de um ambiente colaborativo, os formadores podem desempenhar um papel fundamental na capacitação de educadores e na transformação da educação. A busca pela excelência na formação é um caminho que, sem dúvida, beneficiará não só os formadores, mas também todos os que passam por suas mãos.
A esta unidade de competência corresponde o módulo 6 Recursos Didáticos e Multimédia e pretende-se que cada formando, após este módulo esteja apto a:
- Selecionar, conceber e adequar os meios pedagógico-didáticos, em suporte multimédia, em função da estratégia pedagógica adotada;
- Conceber, adequar e utilizar apresentações multimédia;
- Compreender a dinâmica e importância do PowerPoint como modelo de apresentação;
- Criar apresentações em PowerPoint tendo em conta as respetivas regras de elaboração.
Para obtenção destas competências, este módulo está divido em dois sub-módulos e os respetivos conteúdos (resumidos):
- Exploração de Recursos didáticos:
- Funções e tipos de recursos didáticos: convencionais, audiovisuais e multimédia;
- Seleção de recursos didáticos em função do contexto;
- Regras de elaboração de documentos projetáveis.
- Construção de Apresentações Multimédia:
- Principais software de apresentação multimédia com destaque para o PowerPoint;
- Regras de Apresentações multimédia e inserção de ficheiros na apresentação.
Este módulo fornece a base para o uso eficaz dos recursos multimédia no processo formativo, promovendo apresentações mais atrativas e envolventes que potenciem a aprendizagem.
No entanto, na minha opinião, estes conteúdos previstos no referencial levanta uma questão importante em relação ao foco excessivo nas tecnologias tradicionais de ensino, como o PowerPoint, que tende a promover metodologias expositivas. Embora seja uma ferramenta amplamente utilizada e eficaz em determinados contextos, a sua ênfase pode limitar a exploração de metodologias pedagógicas mais ativas e centradas no aluno.
Assim, o foco em apresentações como principal ferramenta pode reforçar a adoção de uma estratégia pedagógica expositiva, em vez de promover a criação de ambientes de aprendizagem mais interativos e participativos.
Embora o PowerPoint continue a ser uma ferramenta útil e amplamente disponível, a sua utilização deveria ser equilibrada com a inclusão de outras tecnologias que favoreçam a adoção de metodologias ativas. A promoção de uma aprendizagem centrada no aluno requer uma transição para ferramentas que permitam maior interação, colaboração e reflexão crítica.
Embora eu seja um adepto de metodologias ativas, é importante ressalvar que muitas vezes a prática não é suficiente para consolidação das aprendizagens. Como refere Piaget, as aprendizagens adquirem-se numa simbiose entre a prática e a teoria. Por isso a utilização de ferramentas como PowerPoint continua a ser amplamente usada no processo ensino aprendizagem.
Assim, a proposta de um módulo que inclua não apenas a exploração de ferramentas tradicionais, mas também o incentivo ao uso de tecnologias inovadoras, ajudaria a criar um ambiente de formação mais dinâmico e centrado no aprendiz. O desafio não está na substituição das metodologias expositivas, mas na sua combinação com práticas pedagógicas mais envolventes e interativas, que respondam às exigências de uma educação que visa a formação de indivíduos críticos e participativos. Assim, no próximo tópico, abordo a UC 6 que remete para as metodologias e diversificação pedagógica.
Esta Unidade Curricular está diretamente relacionada com o Módulo 4 – Metodologias e Estratégias Pedagógicas, e pretende-se que cada formando, após este módulo esteja apto a:
- Escolher e a aplicar as técnicas e os métodos pedagógicos mais adequados aos objetivos, aos públicos-alvo e ao contexto de formação;
- Descrever as vantagens e importância da criatividade no meio pedagógico;
- Identificar estratégias inclusivas de públicos diferenciados;
- Identificar vantagens e desvantagens da aplicação das diferentes técnicas pedagógicas em contextos diferenciados.
Para obtenção destas competências, este módulo está divido em dois sub-módulos e os respetivos conteúdos (resumidos):
- Métodos e Técnicas Pedagógicas:
- Metodologias e técnicas de ensino/aprendizagem;
- Métodos e técnicas pedagógicas.
- Pedagogia e Aprendizagem Inclusiva e Diferenciada:
- Sócio construtivismo;
- Criatividade pedagógica e promoção da criatividade;
- Inclusão e a formação de grupos coesos;
- Dinamização de atividades indoor e/ou outdoor;
- Diferentes técnicas pedagógicas em contextos diferenciados.
Neste módulo o objetivo principal é capacitar os formandos a aplicar diversas metodologias e técnicas pedagógicas adaptadas a diferentes contextos, públicos e objetivos de formação. Este módulo oferece uma base sólida para a escolha de estratégias de ensino/aprendizagem que respondam às necessidades dos formandos, promovendo a inclusão, a criatividade e a adaptação.
O Sub-Módulo Métodos e Técnicas Pedagógicas foca-se em dotar os formandos com competências práticas para selecionar e aplicar métodos pedagógicos adequados. Inicialmente, é importante abordar as metodologias e técnicas de ensino/aprendizagem voltadas para adultos, diferenciando entre ensino passivo e ativo. O ensino passivo, como a exposição, é útil quando se pretende transmitir informação de forma direta e estruturada. Já as metodologias ativas, como debates, estudo de caso e projetos envolvem os formandos de maneira mais prática, permitindo-lhes participar ativamente na construção do conhecimento.
Além disso, deve ser explorada a importância das metodologias e técnicas de autoestudo, especialmente no contexto da formação a distância, onde o uso de plataformas digitais, vídeos e quizzes interativos podem auxiliar os formandos a serem mais autónomos na gestão do seu próprio processo de aprendizagem.
É essencial apresentar os principais métodos pedagógicos: o expositivo, utilizado para transmitir informações de forma direta; o interrogativo, que incentiva a reflexão através de perguntas; o demonstrativo, que exemplifica a aplicação prática de um conceito; e o ativo, que envolve os formandos em tarefas práticas.
Uma crítica ao enfoque no método expositivo, demasiadas vezes adotado no ensino, é que não explora a fundo outras tecnologias e recursos didáticos que possam facilitar a implementação de metodologias ativas, como a aprendizagem baseada em problemas, a gamificação, ou a aprendizagem colaborativa. Estas metodologias incentivam os formandos envolverem-se de uma forma mais profunda no processo de aprendizagem, tornando-os protagonistas e participantes ativos.
Atualmente, há uma diversidade de ferramentas digitais e plataformas que poderiam ser integradas neste módulo, oferecendo uma abordagem mais dinâmica e participativa ao processo de ensino-aprendizagem. Por exemplo:
- Plataformas de aprendizagem colaborativa como o Padlet ou o Google Jamboard, que permitem a co-construção de conhecimento em tempo real;
- Ferramentas de gamificação como o Quizizz, Kahoot ou Mentimeter, que envolvem os alunos de forma interativa, utilizando quizzes e questionários que promovem um ambiente de aprendizagem mais lúdico e envolvente;
- Sistemas de gestão de aprendizagem (LMS), como Moodle, TEAMS ou Google Classroom, que integram fóruns, quizzes, recursos multimédia e atividades colaborativas, promovendo o trabalho em equipa e a aprendizagem contínua;
- Softwares de simulação e modelagem, que permitem ao aluno explorar conceitos complexos de forma prática e interativa.
Se fosse convidado para ministrar este módulo, iria propor a equipa de formadores e a coordenação da ação a abordagem e prática de algumas das plataformas acima referidas que promovem a adoção de metodologias ativas.
No meu canal do YouTube, já referido neste documento, disponível em https://www.youtube.com/@RuiMiguelMultimedia, já estão disponíveis vídeos sobre as plataformas que podem ser usadas pelos formadores, tanto no regime presencial como online, e que permitem diversificar as sessões de formação com dinâmicas mais motivadoras que apresentação de slides em PowerPoint e que colocam o formando no centro do processo do ensino aprendizagem.
Quanto às técnicas pedagógicas, devem ser abordadas opções como a simulação e o jogo de papéis, que permitem recriar situações reais para o desenvolvimento de competências; a exposição e a demonstração, usadas para introduzir ou ilustrar conteúdos; o estudo de caso, que incentiva a resolução de problemas; a tempestade de ideias, que estimula a criatividade em grupo; e os projetos, que envolvem a realização de tarefas colaborativas e de longo prazo. Técnicas como a aprendizagem no posto de trabalho, exercícios práticos, tutoria e dinâmicas de grupo também são cruciais para o desenvolvimento de competências práticas e interativas.
Outro ponto a considerar são os critérios de seleção dos métodos e técnicas pedagógicas, que devem ser escolhidos com base nos objetivos de aprendizagem, no público-alvo (idade, experiência, motivações), no conteúdo e na modalidade de formação, seja presencial ou a distância.
O Sub-Módulo Pedagogia e Aprendizagem Inclusiva e Diferenciada aborda a importância de adaptar a formação para criar ambientes inclusivos, que respondam às necessidades de grupos diversificados. A relação entre formador-formando e formando-formando, de acordo com o modelo sócio construtivista, é fundamental, pois a interação social é um dos principais motores do processo de aprendizagem. Neste contexto, o formador deve estimular a colaboração entre os formandos, promovendo o apoio mútuo e a partilha de conhecimentos.
A criatividade pedagógica surge como uma ferramenta essencial no ensino. Deve-se incentivar os formandos a desenvolverem e aplicarem a criatividade no planeamento e na execução das atividades formativas. Para isso, é importante explorar técnicas de criatividade, como mapas mentais, brainstorming e pensamento lateral, que podem ser utilizadas para resolver problemas de forma inovadora. O formador deve também ensinar formas de potenciar a atitude criativa nos formandos, incentivando a flexibilidade e a inovação no processo de ensino-aprendizagem.
Outra técnica importante é a dramatização de cenários pedagógicos, que permite criar simulações ou dramatizações de situações complexas, ajudando os formandos a praticar a resolução de problemas em cenários próximos da realidade. Além disso, devem ser discutidas estratégias de inclusão e a criação de grupos coesos, com atividades que garantam que todos os formandos tenham as mesmas oportunidades de participação e aprendizagem, independentemente das suas necessidades ou diferenças.
O módulo também aborda a dinamização de atividades indoor e outdoor, que podem ser usadas para fomentar o trabalho em equipa e a aplicação prática dos conteúdos em diferentes contextos. Atividades ao ar livre, por exemplo, podem oferecer um cenário alternativo para a aplicação de conceitos em situações reais, enquanto atividades em sala de aula podem incluir jogos, simulações e dinâmicas de grupo para promover a aprendizagem colaborativa.
Finalmente, é fundamental discutir as vantagens e desvantagens das diferentes técnicas pedagógicas, dependendo do contexto de formação e do público-alvo. Esta reflexão permitirá que os formandos façam escolhas pedagógicas fundamentadas e adaptem as suas práticas conforme necessário, para maximizar o impacto das suas formações.
De uma forma prática, o módulo deve promover um ambiente interativo, onde os formandos possam experimentar as diversas técnicas pedagógicas através de simulações, dramatizações e discussões em grupo. A utilização de casos práticos permitirá que os futuros formadores compreendam as implicações de cada estratégia aplicada. O módulo deve ainda incentivar a reflexão sobre como a criatividade e a inclusão podem enriquecer o processo formativo, tornando-o mais dinâmico e adaptado às necessidades de diferentes públicos.
Este é um módulo terei um especial prazer em ministrar dado ter um amplo conhecimento sobre os conteúdos a abordar. A minha tese de mestrado está relacionada com estes temas. A pós-graduação que conclui em 2021 sobre ambientes inovadores de aprendizagem aprofundou o meu conhecimento sobre os métodos e técnicas pedagógicas, especialmente as ativas. O meu trabalho final deste curso foi uma proposta para adoção das metodologias ativas com recurso a um LMS.
Além disso, também tenho experiência em ministrar formação com estes temas: Fui formador de três módulos do curso de e-formador, e fui formador do curso: vídeo como recurso pedagógico para professores. Recentemente fui convidado, pelo IEFP de Santarém, para ministrar o módulo Facilitação do Processo de Formação-Aprendizagem, no curso Qualificação Pedagógica Inicial de Formadores para Profissionais da Área do Digital, que tem estes conteúdos no referencia de formação.
Esta Unidade Curricular está diretamente relacionada com o Módulo 7 – Plataformas Colaborativas e de Aprendizagem, e pretende-se que cada formando, após este módulo esteja apto a:
- Compreender as mudanças evolutivas do Ensino a Distância;
- Identificar as características e as vantagens do e-learning;
- Compreender o funcionamento das plataformas de suporte da formação a distância;
- Identificar regras de formação através da Internet;
- Reconhecer a importância do e-formador/e-mediador no processo formativo a distância;
- Identificar e aplicar os mecanismos/softwares de comunicação online;
- Desenvolver uma formação utilizando as Plataformas Colaborativas e de Aprendizagem para suporte de materiais.
Para obtenção destas competências, este módulo está divido em dois sub-módulos e os respetivos conteúdos (resumidos):
- Plataformas: Finalidades e Funcionalidades:
- Uso da internet no ensino e principais regras de utilização;
- Princípios básicos do e-learning e principais plataformas;
- Conteúdos em papel versus conteúdos digitais;
- Comunidades Virtuais de Aprendizagem:
- Comunidades Virtuais de Aprendizagem;
- Web 2.0 e principais plataformas;
- Recursos didáticos em plataformas colaborativas e de aprendizagem;
- Comunicação on-line: principais ferramentas, o papel do e-formador.
Neste módulo o objetivo principal é preparar os futuros formadores para compreender e utilizar eficazmente as tecnologias e plataformas digitais no ensino a distância. Foca-se na evolução do ensino a distância, nas características do e-learning, nas funcionalidades das plataformas de suporte e no papel fundamental do e-formador e do e-mediador no processo formativo online.
No Sub-Módulo: Plataformas – Finalidades e Funcionalidades, deve começar-se por abordar a pesquisa e navegação na Internet, explorando a importância de encontrar e organizar informações relevantes e como essas informações podem ser adequadas aos destinatários da formação. Em seguida, é essencial discutir a evolução da Web, desde a Web 1.0, uma era essencialmente estática, até à Web atual, caracterizada pela interação e colaboração, elementos fundamentais para o ensino online.
Outro ponto importante a abordar são as ferramentas da Web. Aqui, deve-se ensinar os formandos a organizar e adequar as informações encontradas online para que estas sejam eficazes em contextos de formação. Isto envolve não apenas pesquisar conteúdos adequados, mas também criar e produzir materiais formativos online. É igualmente necessário discutir os princípios básicos de formação e suporte através de plataformas de e-learning, introduzindo conceitos como o e-learning, suas tipologias e os contextos em que é mais eficaz.
A seguir, deve-se explorar as plataformas de e-learning, como o Moodle e o TEAMS, discutindo as suas funcionalidades e a forma como podem ser usadas para suportar a aprendizagem a distância. Deve ser aborda a forma como estas plataformas permitem a aprendizagem cooperativa e colaborativa, que envolve não apenas a interação entre formador e formando, mas também entre os próprios formandos.
Também é essencial ensinar como adaptar conteúdos físicos, como documentos em papel, para o formato digital, transformando-os em PDFs, ficheiros comprimidos (ZIP) ou apresentações em PowerPoint (formato .pps). Este é um ponto prático que ajuda a transição para o ambiente digital de ensino.
Outro tópico relevante são as regras de “Net-etiqueta”, que estabelecem boas práticas para a comunicação online, essenciais para assegurar interações respeitosas e produtivas nas plataformas de aprendizagem.
O Sub-Módulo Comunidades Virtuais de Aprendizagem deve começar por explorar o conceito de comunidades virtuais de aprendizagem, que pode incluir blogues, fóruns de discussão e plataformas de e-learning. Estas comunidades são fundamentais para promover a partilha de conhecimentos e a aprendizagem colaborativa, sendo um elemento central na educação online.
Deve ser também abordado os princípios básicos da Web 2.0, que introduzem o conceito de interatividade e redes sociais no contexto educativo. As redes sociais, e outras plataformas colaborativas, são cada vez mais usadas como ferramentas de aprendizagem, uma vez que permitem a criação de grupos de discussão e partilha de conteúdos de forma dinâmica e acessível.
Outro ponto importante é a inserção de recursos didáticos em plataformas colaborativas. Aqui, deve-se ensinar a aplicação de normas como SCORM (Sharable Content Object Reference Model), que garantem a interoperabilidade dos conteúdos digitais em diferentes plataformas de e-learning. Isto permite que os conteúdos sejam partilhados e reutilizados em várias plataformas de forma consistente.
Além disso, é fundamental abordar as ferramentas de comunicação online, tanto síncronas quanto assíncronas. As ferramentas síncronas, como chats e videoconferências, permitem interações em tempo real, essenciais para reuniões, aulas e discussões imediatas. As ferramentas assíncronas, como e-mails, blogues e fóruns de discussão, permitem interações que não exigem a presença simultânea de formadores e formandos, sendo adequadas para reflexões mais profundas e discussões prolongadas.
O papel do e-formador e do e-mediador também é essencial. O e-formador atua como um facilitador da aprendizagem, enquanto o e-mediador desempenha um papel crucial na gestão da comunicação e das interações online. Ambos têm funções distintas, mas complementares, garantindo que o processo formativo seja fluido e eficaz. Neste contexto, devem ser ensinados os princípios básicos da e-moderação, que envolvem a criação de um ambiente de aprendizagem online positivo e colaborativo, e a gestão das interações entre os formandos, assegurando que todos participam ativamente e respeitam as regras de comunicação online.
Por fim, deve-se discutir as estratégias, métodos e técnicas de organização do trabalho e da comunicação online, de modo a garantir que o formador consegue estruturar e gerir eficazmente a formação a distância. Isto inclui técnicas de acompanhamento, gestão de tempo e a utilização das ferramentas disponíveis para monitorizar o progresso dos formandos e oferecer feedback em tempo útil.
Ao longo do módulo, deve-se proporcionar aos formandos oportunidades práticas de interação com plataformas de e-learning, como o Moodle, incentivando a criação e gestão de conteúdos online. A utilização de casos práticos, como simulações de atividades colaborativas e a utilização de ferramentas de comunicação online, será essencial para que os formandos compreendam como aplicar estas ferramentas no seu trabalho futuro. Devem também ser realizadas atividades que envolvam a participação em comunidades virtuais de aprendizagem, como fóruns ou grupos de discussão, de forma a vivenciar diretamente as dinâmicas e desafios da educação a distância.
Este módulo, ao focar-se na evolução do ensino a distância e nas funcionalidades das plataformas de e-learning, visa dotar os formandos das competências necessárias para atuar num ambiente digital de formação, promovendo uma aprendizagem eficaz, interativa e colaborativa.
Tal como na UC6 – Aplicar Metodologias de Gestão de Diversidade no Contexto da Formação, seria para mim uma grande satisfação ministrar os conteúdos relacionados com esta esta UC. Penso ter os conhecimentos necessários porque a minha tese de mestrado refere-se exatamente ao ensino a distância, tenho um CET em Criação e Administração de Websites, a pós-graduação sobre ambientes inovadores de aprendizagem versa todos estes temas, e desenvolvi um trabalho final em que abordo um LMS em detalhe e proponho a sua utilização com metodologias ativas.
Além disso, possuo experiência na formação de formações com os temas propostos nesta UC. Fui responsável por três módulos no curso de e-formador (tema central desta UC). Recentemente, fui convidado pelo IEFP de Santarém para ministrar o módulo “Facilitação do Processo de Formação-Aprendizagem” no curso de Qualificação Pedagógica Inicial de Formadores para Profissionais da Área do Digital, que abrange os conteúdos previstos no respetivo referencial de formação.
No meu canal do YouTube, tenho vídeos produzidos por mim sobre a utilização de plataformas no ensino à distância, como o TEAMS e o Moodle e plataformas externas a estes que LMS que promovem a colaboração e a aprendizagem: EdPuzzle, Quizizz, Mentimeter, Padlet e o Canva. O acesso ao canal do Youtube, com estes conteúdos pode ser feito aqui: https://www.youtube.com/@RuiMiguelMultimedia.
Através da elaboração deste Portefólio Reflexivo, fui capaz de revisitar, analisar e refletir de forma crítica e profunda o meu percurso pessoal e profissional até ao momento. Desde a infância, os primeiros passos no mundo do trabalho, passando pelas adversidades enfrentadas e superadas, até à busca contínua por conhecimento e qualificação, percebo claramente a evolução que me conduziu à formação de formadores. As experiências relatadas não apenas reforçam a minha resiliência e capacidade de adaptação, mas também mostram o meu compromisso com o crescimento pessoal e profissional.
O meu desenvolvimento como formador reflete um processo contínuo de autoaprendizagem e inovação. As oportunidades que surgiram, como a conclusão da licenciatura, o mestrado, a pós-graduação e o curso de e-formador, assim como a minha dedicação em trazer inovação ao ensino através de ferramentas pedagógicas e tecnológicas, foram essenciais para moldar as minhas competências. Estas experiências, aliadas às colaborações com diversas instituições, como o Cencal, ESCO, IEFP e a Câmara Municipal da Lourinhã, enriqueceram ainda mais a minha prática e consolidaram o meu papel de educador.
A minha participação em comunidades de práticas e o envolvimento com a formação contínua de outros formadores são testemunhos da minha postura reflexiva e colaborativa. O foco na gestão da diversidade, a capacidade de adaptar conteúdos a diferentes públicos e a utilização de plataformas de aprendizagem colaborativa são exemplos de competências que desenvolvi e que são fundamentais para o formador de formadores.
O curso de formador de formadores tem-me dotado das competências necessárias para desempenhar esta função com eficácia, desde o diagnóstico de necessidades de formação até à conceção de programas formativos e utilização de metodologias pedagógicas adequadas. Através deste percurso, as competências adquiridas estão totalmente alinhadas com as exigências de ser formador de formadores.
A elaboração deste portefólio foi uma oportunidade valiosa para refletir profundamente sobre a minha prática, permitindo-me identificar áreas de melhoria e fortalecer a minha abordagem pedagógica. Essa reflexão contínua será fundamental para me tornar um formador de formadores ainda mais competente e eficaz.
Neste sentido, posso afirmar com segurança que possuo as competências necessárias para ser formador de formadores. A capacidade de reflexão sobre a prática pedagógica, aliada ao conhecimento profundo das metodologias e ferramentas didáticas, à experiência em diversos contextos formativos e a constante busca por inovação e aperfeiçoamento, assegura-me que estou preparado para transmitir o saber e apoiar a formação de novos profissionais nesta área. Este portefólio não só demonstra a minha trajetória e evolução, mas também consolida a minha confiança nas minhas capacidades para assumir o desafio de ser um formador de formadores.
6. Anexos
Disponível em: https://projectodigital.com/metodologias-ativas-ensino
Disponível em: https://projectodigital.com
Disponível em: https://www.facebook.com/groups/multimediaemarketing
Disponível em: https://www.facebook.com/groups/855413123222953